A análise de riscos consiste na verificação dos pontos críticos que possam vir a apresentar não conformidade durante a execução de determinado projeto, evento ou atividade.
Riscos significam incertezas sobre a ocorrência ou não de uma perda ou prejuízo, e a forma de se controlar os riscos é através de seu gerenciamento. Ser capaz de gerenciar o risco significa “tentar evitar perdas, tentar diminuir a frequência ou severidade de perdas ou pagar as perdas de todos os esforços em contrário”, entendendo-se ‘frequência de perdas’ como a quantidade de vezes que a perda ocorre, enquanto a severidade seria o custo do prejuízo decorrente da perda.
Imagine você como Gestor de Segurança de uma empresa multinacional recebendo a seguinte consulta: Qual a possibilidade de ocorrer um sequestro envolvendo executivo membro da diretoria na filial de Porto Alegre? Você se sente preparado para responder, tecnicamente, ao diretor sem utilizar o “famoso” jargão – “eu acho que”?
A doutrina de Análise de Riscos apresenta algumas ferramentas que podem ser utilizadas nessas situações. Caso nunca tenha ocorrido qualquer situação, dessa natureza, envolvendo executivos em Porto Alegre, o Gestor deverá se valer de métodos subjetivos.
O Método de Mosler, metodologia qualitativa de avaliação de riscos, trata-se de uma bela ferramenta de identificação e avaliação de riscos potenciais. A partir do diagnóstico dos ambientes internos e externos – pontos fortes e fracos – pode-se projetar qual o risco que a empresa possui.
A avaliação do risco nada mais é do que saber qual a chance do risco vir a se concretizar. No caso de Mosler, por se trabalhar com dados subjetivos, somente deverá ser utilizado quando não existir qualquer tipo de dados.
O método serve de base para a identificação, análise e evolução de fatores que podem influir na manifestação e concretização da ameaça, projetando o impacto para cada risco.
EVOLUÇÃO DO RISCO
Valora-se o risco – calculando a magnitude “C” e quantificando sua probabilidade de ocorrência “Pb” – que é o tamanho da ameaça.
Evolução do risco – “ER” = “C” X “Pb”
Para se chegar à quantificação calcula-se a magnitude do risco – “C”
C = I + D
I = importância do sucesso – F X S (função X substituição)
D= danos causados – P X E (profundidade X extensão)
MAGNITUDE DO RISCO
C= I (F X S) + D (PXE)
Probabilidade de ocorrência – PB
PB= A X V ( agressão x vulnerabilidade)
Evolução do risco ER | Classe do risco |
2 – 250 | Muito baixo |
251 – 500 | Pequeno |
501 – 750 | Normal |
751 – 1000 | Grande |
1001 – 1250 | Elevado |
Para avaliar a possibilidade de ocorrer o seqüestro o Gestor irá reunir sua equipe (brainstorming) para então responder os quesitos abaixo.
Como exemplo, a decisão tomada pelo grupo está destacada em vermelho.
Método de Mosler
1) Critério da função “F” – projeta as consequências negativas ou danos que podem alterar a atividade principal da empresa.
Escala | Pontuação |
Muito gravemente | 05 |
Gravemente | 04 |
Medianamente | 03 |
Levemente | 02 |
Muito levemente | 01 |
2)Critério da substituição – “S” – impacto da concretização da ameaça sobre os bens. O quanto os bens atingidos podem ser substituídos.
Escala | Pontuação |
Muito dificilmente | 05 |
Dificilmente | 04 |
Sem muitas dificuldades | 03 |
Facilmente | 02 |
Muito facilmente | 01 |
3)Critério da profundidade – “P” – Uma vez materializado o risco, mede a perturbação e os efeitos psicológicos que o risco pode causar para a imagem da empresa.
Escala | Pontuação |
Perturbações muito graves | 05 |
Graves | 04 |
Limitadas | 03 |
Leves | 02 |
Muito leves | 01 |
4)Critério de extensão – “E” – mede o alcance e extensão que o dano causa para a empresa.
Escala | Pontuação |
De caráter internacional | 05 |
De caráter nacional | 04 |
De caráter regional | 03 |
De caráter local | 02 |
De caráter individual | 01 |
5)Critério de agressão – “A” – mede a possibilidade do risco vir a acontecer em vista das características conjunturais e físicas da empresa, cidade e estado onde se encontra. Ex. um executivo no Rio de Janeiro tem mais possibilidade de sofrer agressão do que um do nordeste ou sul.
Escala | Pontuação |
Muito alta | 05 |
Alta | 04 |
Normal | 03 |
Baixa | 02 |
Muito baixa | 01 |
6)Critério da vulnerabilidade – “V” – Tendo em vista o critério da agressão, a vulnerabilidade mede quais serão as perdas pela concretização do risco, no âmbito financeiro.
Escala | Pontuação |
Muito alta | 05 |
Alta | 04 |
Normal | 03 |
Baixa | 02 |
Muito baixa | 01 |
Risco | F | S | P | E | A | V | (FxS) |
I(PxE)
D(I+D)
C(AxV)
PB(CxPB)
ER 4355331225379333
Com o ER de 333 vamos para a tabela abaixo e constatar a classe do risco.
Evolução do risco ER | Classe do risco |
2 – 250 | Muito baixo |
251 – 500 333 | Pequeno |
501 – 750 | Normal |
751 – 1000 | Grande |
1001 – 1250 | Elevado |
Evolução do Risco – 333 – pequena a probabilidade de ocorrer o seqüestro. Não quer dizer que as medidas de segurança devem ser deixadas de lado, no caso vamos sugerir a utilização de Segurança Pessoal Privada – SPP.